Seja bem-vinda à Vira Letra

A Vira Letra é uma editora que busca dar espaço para a literatura lésbica, publicando livros digitais e impressos.

E como fazemos isso?

Quando falamos sobre literatura com temática lésbica, não estamos falando da criação de um rótulo. Estamos falando da criação de uma representatividade. Não que exista uma identidade única para representar a mulher lésbica. É exatamente o oposto que queremos mostrar: a pluralidade de ser mulher e ser lésbica.

Mas o lugar de onde se fala importa. E não é possível negar que existe, sim, uma possibilidade maior de identificação quando aquela que escreve – e aquela sobre quem se fala – se aproxima daquela que lê. Um texto escrito por uma lésbica tem o ponto de vista de uma mulher que vive sua afetividade e sexualidade centrada em outras mulheres. E a leitora mulher e lésbica pode se identificar com a personagem, a que foi escrita por uma mulher lésbica, para uma mulher lésbica. A mulher que fala; a mulher que ama; a mulher que deseja; a mulher que sofre. A mulher que vive e luta, diariamente, a luta de ser mulher. E lésbica.

Nossa missão

A literatura com temática lésbica pode ser considerada uma literatura marginal – no sentido puro da palavra: aquela que está à margem. E a nossa intenção é de que ela esteja, cada vez mais, ao centro. Assim como sonhamos com o dia em que a mulher lésbica possa existir como protagonista-narradora-sujeito desejante, portadora da voz, do ponto de vista e do discurso.

Seria ideal que não houvesse a necessidade de classificar. Seria ideal um mundo em que pudéssemos ocupar todos os espaços sem a necessidade de rótulos. No entanto, esse mundo ainda é só um ideal e, se não rotulássemos agora, não haveria espaço – para a existência e, muito menos, para a literatura.

Nossa história

Como chegamos ao que somos hoje

A Vira Letra existe há cerca de oito anos, e eu comecei a trabalhar com literatura lésbica pelo menos três anos antes de abrir a editora. Mas a primeira vez que eu entrei em contato com literatura lésbica – como leitora! – foi quando eu tinha uns 13 anos. E essa foi a primeira vez que eu percebi que poderia me encaixar em algum lugar nessa sociedade; a literatura lésbica me deu esse sentimento de pertencimento.

Eu comecei a história de trás pra frente, fui voltando assim, pra chegar no fato de que – antes de tudo isso! – eu não me encaixava, eu não correspondia ao que era esperado de mim, eu sabia que aquela pessoa que eu “estava sendo” na verdade não era eu, que aquela realidade não era a minha! Isso é comum. Mas eu não quero mais que seja.

E essa é a missão da Vira Letra: mostrar que podemos ocupar todos os espaços e existir como somos, sem que a gente precise esconder quem somos.

Nós, mulheres lésbicas, existimos. Nosso amor existe, é lindo e vai ser mostrado sim!

 

E mais importante...

Representatividade importa sim!

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