“Tem momentos estranhos, muito estranhos na vida da gente. Quando todas as certezas e estruturas que levamos anos para criar de repente caem por terra. Desintegram-se como cartas mal equilibradas ou castelos de areia. Em momentos como esse, existem duas saídas: olhar para dentro ou simplesmente não olhar. Eu estava vivendo a segunda opção. Não queria nem podia parar para refletir. Preferia não pensar.”
Quando o espetáculo teatral de Ana Clara chegou a Porto Alegre, a iluminadora – que se sentia mais protegida no alto das imensas escadas do que fugindo das armadilhas dos relacionamentos –, teve que encarar um novo desafio: uma mulher com uma cultura totalmente diferente da sua e que a fazia agir por um perigoso e irreprimível impulso. A situação não era mais simples para Farah: tão acostumada a manter seus sentimentos sob controle, a museóloga metódica e discreta se viu arrebatada por uma paixão que destruiu toda a segurança de sua vida. Apenas Benedito, a múmia, na sua impassível sabedoria e serenidade, seria capaz de manter o equilíbrio enquanto elas se agarravam às rédeas do destino.
“Inexplicavelmente – algum tipo de força desconhecida? Uma comprovação explícita de que o inevitável existe? Ou simplesmente sem motivos nem razões palpáveis, como tudo que é capaz de alterar nosso destino? –, ergui os olhos… E a vi. Vindo em minha direção, como se nossos passos nos levassem juntas a algum tipo de sintonia.”
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